Monday, January 23, 2006



Heil Cavaco!... (Olha! encontrei estas duas fotos,e decidi colocá-las aqui, juntas, mas não foi de propósito, calhou!...)

Queridos Portugueses,

Desejo-lhes muita sorte, que vão precisar muito dela!...

Reparo que, depois das famosas eleições que tiveram, com uma abstenção da ordem dos 37% (é pena não haver o partido da abstenção, porque ganhava!...Ai, como eu adoro a participação nacional no quadro político do país!), decidiram escolher um candidato de extrema direita.

Ainda retornando ao assunto da abstenção (e talvez isto não afecte os que não votaram, porque decidiram abster-se da responsabilidade social de escolher um candidato digno de representar e proteger os seus interesses socio-politico-económicos), talvez seja esta a última vez que têm de votar durante muito tempo. Afinal, não seria a primeira vez que, em Portugal só se votava uma vez em 48 anos!!!...Mas eu devo estar aqui a falar chinês, ou úcraniano, que para o caso faz a mesma diferença, porque aparentemente os habitantes da Lusa Terra já perderam toda a noção, e recordação do que foi o Novo Império. Por isso, desejo-lhes mesmo muita sorte e felicidades, que só têm aquilo que merecem!...E não se atrevam a queixar-se, porque a maioria nem sequer votou, e quem não vota, tem apenas o direito a estar caladinho e a engolir todos os sapos vivos que lhe forem oferecidos. A escolha foi vossa, ou a falta de escolha!...Agora deitem-se na caminha que fizeram, e durmam bem está bem?...Que a Nossa Senhora há-de ajudá-los, e para se distrairem sempre podem ir ao futebol, que ainda é permitido!...

Sorte temos nós, famílias nobres que vivemos nos nossos próprios condados, mais afastados dessas confusões, e que só temos de nos preocupar com os nossos vassalos, e assegurar o seu bem estar, para eles assegurarem o nosso!...Agora, vocês nem isso têm!...

Como sabemos que as coisas vão mudar, vou dar-lhes aqui uma receitinha, muito a propósito, pois pode ser que tenham de decorá-la muito bem, e precisar dela ainda mais!

Para já, não se esqueçam do feijão, que é nutritívo, e é a carne dos pobres, simplesmente cozido e servido só, ou com arroz, que tira a barriga de misérias.

Mas como calculo que possam vir a enjoar depressa do feijão com arroz, todos os dias, a não ser que tenham estado na tropa, e então habituam-se, vou dar-lhes, por essa razão, aqui outra receita, do meu coração para o vosso....Aqueles que o têm, claro, que quem não votou não conta, e quem votou Cavaco pouco conta também!...Desculpem lá o mau jeito, mas isto agora é assim, pão, pão, queijo, queijo!...E por falar em pão, comecem a guardar esses restinhos de pão, que não tarda nada vão fazer muita falta, e plantem também uns vasinhos com coentros, que vai dar muito jeito e sabor. Quem quer alhos que os compre, ou na hortinha também crescem bem! Depois, ponham o pão de molho, em água (se ainda houver!), e num tacho, fritem um alhos migados num pouco de azeite com uma mão cheia de coentros picadinhos, juntem o pão esmagado e escorrido, sal, e mais uns coentros picados, e aos poucos juntem um pouco da água do pão, para obter uma papa consistente, mexendo sempre para não deixar pegar ao tacho. Geralmente este processo demora cerca de 5 a 10 minutos, até a açorda estar pronta!...Para aqueles que o puderem fazer, podem juntar uma gema de ovo, no fim, e misturar bem, que sempre torna a açorda mais rica e saborosa.

E pronto!...A receita da açorda já aqui está. Eu resolvi dar já esta receita, não vá ela fazer muita falta, e vocês terem-se já esquecido dela. Porque era comum há uns 30 anos atrás, mas os Portugueses, pelos vistos, têm uma memória curta, vê-se pelos resultados das eleições, e assim eu vim lembrá-los. Quem há-de estar a dar voltinhas de contente no caixão é o Sá Carneiro, mas isso já é outra história, e eu não quero transformar o Livro de Receitas num palco de discussão política, afinal isto são tudo histórias para no fim dar umas receitas ...

Aproveitem enquanto podem, e aprendam também a fazer uma Sopa Alentejana, que é outra variação da açorda, e mesmo umas Migas com Tomate, que sempre dá para variar, ou Arroz com Atum, que dá energia e nutrição!...Meus amigos, durante uns tempos, vou dedicar o Receituário a petiscos simples e moderados, com ingredientes muito básicos e acessíveis, porque tenho a impressão que vocês vão precisar de um Manual de Sobrevivência.

Saudações Democráticas (Eu espero que isso não seja ílegal, ainda!...) e abraços destas Cozinhas Nobres, que nunca deixarão a voz da verdade e da razão ser oprimida. Liberdade para sempre!..Ai, e antes que me esqueça!...Heil Cavaco, morituri te salutant!...

CBC

20 Comments:

Blogger Nuno Zeppo disse...

Querido Mano, é verdade que o futebol ainda é permitido e vai continuar a ser o sucedâneo da política, tal como outrora. No entanto, tal como outrora tods os clubes que usam equipamento desportivo de cor vermelha terão que passar a designá-lo como "encarnado", essa bonita cor que o fascismo inventou, tal era a aversão ao vermelho.

beijos no coração

2:38 PM  
Anonymous Anonymous disse...

Camaradas!

É tempo de voltar ás trincheiras, desta vez sem tréguas nem cravos!

O POVO UNIDO, JAMAIS SERÁ VENCIDO!!

Não ao fascismo, nem ao extremismo!

Abril nunca será esquecido na memória dos que o viveram!

5:07 PM  
Anonymous Anonymous disse...

Eu; Boronesa de Rio Vermelho; escrevi diretamente de meu posto mais avançado e instalado na varanda do Palácio Real da praia do Moçambique, em puro pergaminho de papiro híbrido, vindo diretamente dos ateliês das margens do Nilo, para as férteis terras brasis, e enviei tal conteúdo por meu mais leal mensageiro vip (aquele treinado pela polícia e que será o mesmo a entregar a cachaça...), diretamente aos cuidados do Nobre Conde-de Burriés-de- Cima e de Burriés-de-Baixo, o que segue:

...Mais resta um consolo: O nosso cavaco daqui também pretende uma reeleição!!! Afinal, cavaco, trocando em miúdos, é sinônimo de madeira e só com uma cara de pau dessas é que conseguem ser reis!!!
Que bons aromas nos salvem!!!

Pois aí está o resultado!!!
Aqui também foi assim:

"O povo unido, jamais será vencido"

E fez-se a união!!! Eles venceram!!! Em meio ao Sim e ao Não, o país arrombou-se todo, indo diretinho pro chão!!!

Desse modo, nem as as mais sofisticadas armas, munidas de cargas com aromas rutilantes, do mais puro e nobre gás sulfídrico, teremos alguma chance de evitarmos as baixas por asfixia!!!

Mais nem tudo está perdido, pois acaba de chegar pela agência de notícias PombusCorreius, a informação quente – muito embora a pomba já estivesse dura de morta ao chegar – que acontecerá nas próximas horas, uma convocação extraordinária na ONU - Organização Nobre dos Urubus – para a recontagem dos votos, pois há um certo cheiro de carniça no ar!!!
Se nada disso resolver, há uma última carta na manga: mandem baixar as panos e soltem as caravelas ao mar, pois do lado de cá da lâmina, há muita terra por habitar!!!

Das águas do Rio Vermelho

10:26 PM  
Anonymous Anonymous disse...

Em tempo:

Usei uma pena sem muita qualidade, retirada da pomba mensageira, que estava durinha de morta, chegada com as últimas informações sobre a recontagem dos votos, para escrever meu manifesto e eis que acebei esparrando em algumas letras...

Refaço aqui o texto para a correção do erro de digitação:

Desse modo, nem COM as mais sofisticadas armas, munidas de cargas com aromas rutilantes, do mais puro e nobre gás sulfídrico, teremos alguma chance de evitarmos as baixas por asfixia!!!

Tenho Dito!!!

Das águas do Rio Vermelho

10:40 PM  
Blogger Nuno Zeppo disse...

Querida Baronesa,

Apenas posso dizer que nunca há descanso nesta nobre cozinha enquanto aguardamos ansiosamente para poder ler os seus talentosos e mui esperados textos, tão cheios de vitalidade e paixão!
É uma honra receber a sua visita nestes nossos quintais geladinhos!...
A liberdade conquista-se nos nossos ideais, e os nossos pensamentos serão sempre livres!
Abraços do coração!
Atenciosamente, sempre seu
CBC

11:13 PM  
Anonymous Anonymous disse...

Ficai sabendo: No Reino dos Quintais Gelados, deu-se uma volta e ficou quase tudo na mesma.
Chamados os vilões às urnas, passámos de uma monarquia minoritária liberal para uma monarquia minoritária fachota. Mas a charneira do poder, essa, graças aos astros, aumentou e poderá vir a ser mais eficiente com a ajuda dos francos separatistas. Do mal o menos...
No entretanto, que se copulem os Helenos, como vocifera muito bem a Querida Viscondessa da Porcalhota.

5:01 AM  
Anonymous Anonymous disse...

Balada Nº 1 – Frédéric Chopin

Meus caríssimos e já mui estimados Nobres Condes de Burriés ( tanto o de cima, quanto o de baixo) e Visconde de Montanelas.

Acordei hoje um tanto desalentada pelas tristezas que volta e meia assombram as grandes muralhas dos nossos reinos... Olho através de minha janela, diretamente da varanda do Palácio Real da lindíssima e desabitada praia do Moçambique, a chuva a cair mansa e tão determinada quanto um grande exército de formigas carregadeiras, em busca de seus ideais... Enquanto isso, escuto Chopin.
A sonoridade e a soma de cada nota, sempre de grande intensidade e transbordante de emoção, induz também a um momento de introspecção. É melancólico, embora magnífico, imensamente rico e poético. Cada frase é de puro sentimentalismo e me faz pensar que combina muito bem com a cortina dágua que transforma a paisagem da rua - para mim e frente a minha janela real - em um grande quadro vitrificado e fosco, que se insinua em um constante vai e vem, como que buscando a fixação do foco... Isso me traz lembranças, cuja imagem também se desmancha e volta a se firmar, a cada esforço que faço para fixá-la. Tal qual a chuva densa, as imagens formadas pela minha memória e moldadas pelas vontades - talvez sonhos - também me inspira tais sentimentos. Mesmo sabendo-se passageiro, o momento é sempre tenso. Cheio de sutilezas e de um constante gotejar de emoções.
E aí me pergunto, e quem sabe a resposta possa vir das distantes terras geladas do norte: porque as coisas precisam parecer sempre como um grande trote??? Porque não podemos ou não queremos aprender, usando todos os nossos dotes???
Podemos e devemos mesmo sonhar, mais há que se questionar e isso, muito antes de se complicar!!! Quem sabe o grande segredo do bom uso de nossos sentidos, esteja contido na simples palavra DUVIDAR... Como saber??? Só nos resta esperar...

Há aqui uma gleba muito distante - e lá onde a “terras brasis” faz a curva e apresenta o grande cotovelo do reinado – o povo é muito manso, calmo, pacato... Trabalhadores e crédulos, acostumados aos castigos do tempo, onde o sol de tão forte, estatela os miolos e rechaça as idéias. Pois é de lá, onde mais se sofre, que mais se justifica o sofrimento...

E já que o momento pede música, me aproveitando da letra do querido Chico, e concluo:

Ah essa terra ainda, vai cumprir seu ideal...
Ainda vai virar, um imenso Portugal...

E sem deixar de lembrar aqui, também, das cantigas de roda infantis:

O CRAVO, brigou com a rosa
Debaixo, de uma sacada
O CRAVO, saiu ferido
A rosa, despedaçada


Em Tempo:

Sinto-me deveras honrada em poder fazer parte dos saraus literários em torna da grande mesa, envolta na alquimia dessa tão Nobre Cozinha Real!!!
Reverências!!!

Das águas do Rio Vermelho

8:55 AM  
Anonymous Anonymous disse...

Amados e Nobres Senhores dos Burries e nao menos amadas e Nobres Senhoras da Porcalhota e do Rio Vermelho!

Hoje acordei inspirado e, como nada tinha para me entreter a fim de minimizar o ocio que me rodeia, decidi empreender uma cruzada a terras infieis. Como os tumulos dos profetas estao tao socegados ha seculos, certamente que nenhum esqueleto deles saira. Assim, e seguindo a norma do meu escudo, acho que deverei, outrossim, devassar alguns serralhos antes que a vontade sucumba ao peso dos anos e deixe de valer a pena, que aftas na lingua e coisa bem ruim...
Assim, enquanto solicito que me cedais alguns servos da gleba, viloes e maltrapilhos desocupados das vossas terras ocupadas, agradeco que lhes leiam estas frases simples para utilizacao em caso de aprisionamento naquelas conturbadas terras do Oriente. Aqui vai:

Akbar kahli-kili haftir loftan

Obrigado por me mostrar essa maravilhosa metralhadora...

Fekr gabul gardan davat paeh gush divar

Tenho muito prazer em aceitar o amavel convite de Vossa Excelencia para me deitar no chao com as maos debaixo da cabeca e as pernas afastadas...

Shomaeh fekr tamomeh oeh gofteh bande

Ora essa! Concordo com tudo o que Vossa Excelencia pensa, ontem, hoje, sempre que Vossa Excelencia entender...

Auto arraregh davateman mano sepaheh-hast

Vossa Excelencia esta a ser muito amavel em permitir que eu viaje na bagageira do seu automovel...

Fashal-ej tupehman na degat mano goftam cheeshayen mohemara jebehkeshvarehman

Se Vossa Excelencia fizer o favor de nao me apertar os testiculos, terei todo o gosto em trair publicamente o meu pais...

Khrel, jepaheh maneh va jayeii amrikahey

Mas com certeza que darei a Vossa Excelencia os nomes e moradas de todos os espioes americanos que viajam disfarcados de jornalistas...

Balli!Balli!Balli!

Tudo o que Vossa Excelencia desejar!

Maternier ghermez ahlieh, ghorban

Para mim, a venda vermelha serve perfeitamente, Excelencia!

Tikeh nuneh ba ob khrelleh bezorg vakhrube boyast ino begeram

Este pao duro molhado em agua choca esta uma especialidade! Vossa excelencia tem de me dar a receita!

10:14 AM  
Anonymous Anonymous disse...

Permiti, meus filhos que vos envie a versão de açorda comida no castelo do Condado de Montanelas.
As primeiras operações nada diferem das vossas quanto aos (muitos) alhos igados bem fritinhos no azeite de primeira classe.
Quando o pão demolhado está pronto para ir para cima dos alhos fritos, centrifugo-o para extraír o máximo de água ensopada. No entretanto, desfiz uns cubitos de caldo de peixe em leite bem quente (para não constipar o pão frio, claro). Logo que o pão esteja no tacho e tudo bem remexido para misturar o azeite de friatar e os alhos com o pão, passo a controlar a consistência da açordinha com leite. Deixo chegar a uma ligeira fervura e depois baixo o fogo de modo a que o pão coza no tacho. Aí, verifico o tempero de sal que, se necessário, é inserido com o leite necessário. Quando a açorda está bem cozidinha, insiro os camarões grandes, crus e descascados, sem cabeça e algumas delícias do mar, mexendo sempre com uma colher de pau, para não deixar pegar no fundo do tacho. Durante todas estas operações vou adicionando, a olho, algumas generosas colheres de azeite de oliveira, do melhor.
Logo que a açorda esteja a gosto e os bichinhos cor de rosa, dou cor à açorda com açafrão do Brasil, que é muito bom e bem mais barato que o de Navarra (Espanha).
Tiro a açorda para fora e, na altura de servir, misturo um ovo cru, inteironho (ele coze logo no calor da açorda), por cada pessoa que vai comer.
Polvilha-se generosamente com coentros picados muito fininhos.
Acompanha-se com vinho tinto ou branco, tanto faz, desde que seja muito!
Bon appetit, mes enfants!

2:44 PM  
Blogger Nuno Zeppo disse...

A receita da açorda de marisco que nos deu o estimado Visconde de Montanelas, é idêntica á que usamos nas nossas cozinhas, e que consiste num melhoramento e desenvolvimento da receita original, dadas as condições económicas do nosso povo, e a facilidade em obter ingredientes mais exóticos para acrescentar á simples base de pão com alho, azeite e coentros. Porém, uma vez que votaram no Cavaquinho,habituem-se á receita original, porque não tarda nada talvez nem essa possam fazer!...Sabe-se lá se não irá haver alguma falta de azeite, ou de pão!...
Mas, para já, e enquanto o pudeem fazer, aproveitem para experimentar a receita do Senhor Visconde de Montanelas, que é uma delícia!
Bom apetite, e saudações democráticas destas nobres cozinhas!
CBC

9:36 PM  
Blogger Nuno Zeppo disse...

Porque, uma vez que estamos a falar da situação politico-social do país, neste Blog, entremeado com umas ricas receitas culinárias, achei pertinente acrescentar um excerto de um poema mágico e maravilhoso, que nunca deverá ser esquecido nem apagado da memória dos Portugueses, mesmo que eles tenham a memória curta!...
Eu sei que a maior parte não se lembra, ou talvez não saiba, mas um pouco antes de este poema ser publicado, era-se preso por possuir este tipo de poesia, ou muitos outros livros, e também se era preso e interrogado por muito menos do que isso!...Isto não são histórias, é a realidade! E acabaram agora mesmo de eleger um palerma que até acha muito boa ideia a essas coisas!...
Bem, aqui vai o poema

As Portas que Abril Abriu

«Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
(...)
Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempo do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.
(...)
Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.

Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.
(...)
Foi esta força viril
de antes de quebrar que torcer
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.

E em Lisboa capital
dos novos mestres de Aviz
o povo de Portugal
deu o poder a quem quis.»

in Ary Dos Santos- As Portas que Abril Abriu. Lisboa, 1975.

9:49 PM  
Blogger Viscondessa da Porcalhota disse...

Caros Condes, o reino da Porcalhota assiste de rosto pálido às recentes mudanças...

Tenho que dizer que assisto entristecida à forma infeliz como o lobby comunicação social manipula a mente de quem segue as notícias, servindo interesses pessoais, lutas pelo pequeno poder, desviando a atenção do que realmente é importante.. Sempre que temos um assunto sério e preocupante entre mãos temos uma manobra de diversão. Temos pedófilia abafada com águas minerais infectadas, eleições com gripes das aves, incêndios com mercúrio nos peixes... é assustador como se lança o medo de um lado para que as mentes parem de pensar no que realmente importa. Portugal é um país de cultura televisiva, enterrada no sofá das lamentações, de revista cor de rosa e novela mexicana dobrada em brasileiro ao estilo terceiro mundo, carregando sua cruz, destinado ao seu fado. Portugal tem memória curta e eu pergunto-me porquê, porque uma explicação tem que existir.. Olho para o reino vizinho e percebo que em 30 anos aconteceu mais ali que nas nossas terras. Também eles viveram uma ditadura, tiveram uma guerra cívil e levantaram-se de uma outra forma. Em Espanha eles sabem quem foi Franco. Sabem da História, têm memória porque se fala das coisas e não se duvide que por isso estão mais alerta do que aconteceu lá atrás para que não deixem acontecer para frente. Evitam que a História se repita usando a memória! Falar das coisas é talvez o primeiro passo para o caminho, enfrentar os conflitos, saber o que se passa e de onde vem para poder resolver. Em Portugal após 48 anos de ditadura e de um Abril que hoje se prova mais fogo de artifício que outra coisa, continua a não se falar. A manipulação chega através da presão do medo, do espantar da caça. Não se fala porque ainda nem se sabe muito bem o que se está a dizer, porque por interesses e artimanhas não convém que se questione, por medo de se perder isto ou aquilo no bem estar pessoal não se diz, não se mexe no que já lá vai, evitam-se os conflitos cobardemente, fica-se ali no compadrio da conveniência porque é mais confortável... escondem-se factos e nomes. A ponte que era Salazar chama-se 25 de Abril... apagam-se os vestígios de todo o lado, como se fosse mais importante a ignorância dos factos que a memória deles, para que se esteja alerta!! Alerta deve ser o estado de consciência de um povo que saíu de uma monarquia para uma democracia curta e revoltosa e num espaço de 16 anos ouviu-se o clic!! da ratoeira e ali ficámos..48 anos!! O edifício da PIDE está a ser transformado num condomínio de luxo, porque é mais importante embelezar do que alertar que ali, naquele espaço, aconteceram muitas violações... é um charco onde ninguém quer chafurdar para não ofender susceptíbilidades! É uma espécie de "limpeza"... assustadoramente fascista. Numa outra escala é como dizer que o Holocausto não aconteceu.. E todo este apagar ´´e em nome de uma liberdade que nem se tem já a certeza que exista assim tão livre. É tão fácil apagar... é uma forma de manipulação exemplar! Onde estão as pessoas que fizeram o 25 de Abril? Mortas umas, entregues às condecorações anuais as outras, acomodadas, esquecidas, desmemoriadas, diluidas na multidão que não fala porque já esqueceu. O que se fez? Como é que temos um país que logo a seguir a uma revolução tem uma comunicação social que diz que a direita tomou conta do poder?! Tomou conta OU deixámos que tomasse conta?! O abandono político de Portugal foi logo ali na praia do 25 de Abril. Arrastou-se até hoje, servindo apenas os interesses de Partidos que não são mais que interesses de ordem umbilical. A política continua a ser a guerra interna dos rapazes do partido, uma medição de forças para ver quem leva a bicicleta para casa. A comunicação social manipula as cabeças enterradas na poltrona, fazendo debates dúbios, com jornalistas envolvidos politicamente, com políticos que também são jornalistas, com médicos que são políticos e juízes que são jornalistas e uma misturada destas profissões liberais todas a quererem não mais do que ganhar o seu lugar ao sol não interessa de que forma, servindo apenas os seus interesses pessoais em nome de um serviço público, tendo como arma televisões que têm interesses em jogo. E sim, talvez seja mesmo a teoria da conspiração... mas afinal não é assim que vivemos...que nos deixamos viver? E tudo é uma trama muito bem articulada para que se continue a achar que se faz qualquer coisa em prol da liberdade, em nome de uma Revolução que até já é Evolução porque até o R se apaga! Tudo se apaga na árvore da História Portuguesa. No outro dia ouvia um miúdo de vinte anos dizer que Marcelo Caetano tinha sido "o cabecilha da coisa"... qual coisa? Como? O quê? Quando? Com quem? Porquê? Como é que os miúdos que nasceram dez anos após o 25 de Abril nem sabem o que isso é?! Os pais destas raridades andaram a fazer o quê? Que responsabilidade temos nós como cidadãos de um país que saíu de uma ditadura há apenas 30 anos? Que deixámos NÓS que fizessem com Portugal? Ficamos ali a pairar no que não convém dizer, no que mais vale esquecer, no que não convém lembrar... e agora vem a estratégia do medo novamente, começam os simbolos de extrema direita a emergir... os sussurros, o medo a espalhar, a contaminar... devagarinho. Não há dúvida que cada povo tem o que merece, e tenho pena que em 30 anos não se tenha aprendido nada. É assustador como a falta de memória colectiva pode ser perigosa...pode mesmo matar!

Política náo se faz em Portugal, nem em país nenhum da actualidade porque serve apenas para servir interesses menores. Mais uma vez deviamos retornar à História e olhar para o tempo de Sócrates, o grego, o filósofo, o cidadão do mundo... A política no tempo de Sócrates era exercida para discutir questões sociais e resolver problemas da Humanidade e isso, parece-me a mim, que não sei nada, ser a verdadeira essência.


Acenos da Varanda Central,

Viscondessa da Porcalhota

4:19 AM  
Blogger Nuno Zeppo disse...

Querida e estimada Viscondessa da Porcalhota,
Depois de ter lido este seu magnífico discurso, que considero mais uma reflexão acerca dos valores sócio-políticos daquele cantinho de terra que se chama portugal, e aqui, escrevo portugal com letra pequena porque ainda não cresceu o suficiente para ser escrito com letra grande, fiquei extremamente sensibilizado pela sua admirável capacidade de dissecar e apresentar de forma tão eficaz a doença de que sofre o nosso país!...Com esta currente mania de põr nomes em todos os sintomas que se apresentam ao corpo e ao espírito, que agora, quando um menino tem soluços diz-se logo que sofre de Síndroma de Convulsão Muscular Gastro-Esofágica, neste mundo tão interessado em catalogar umbigos, de acordo com todos os sintomas que Vossa Senhoria tão bem declarou e identificou na nossa Lusa Terra, quase me atrevo a questionar se o prognóstico de semelhantes síntomas não estarão relacionados com alguma Epidemia Autóctone de Alzheimer's Sócio-Politico-Cultural??!...
O melhor é ter cuidado com estas coisas, que pela forma como isto anda, ainda nos prendem por diagnosticar sem autorização escrita, afinal, não preenchemos o requerimento para pedir uma autorização, para obter uma guia de licença necessária para submeter o formulário que, depois de devidamente autorizado e carimbado por todas as autoridades relevantes para o caso, que são cerca de 80, nos possa dar a documentação necessária para levarmos aos balcões do Governo Civíl, e obtermos aí uma ficha de validade que, depois de ser submetida ao Tribunal Civíl e ao Departamento do Ministério de Saúde, nos autorize a fazer um pedido, por escrito, á Direcção Geral de Diagnósticos, para tentar fazer uma proposta de diagnóstico da situação mental do país!...E é claro que essa proposta pode não ser aceite, sem necessidade de justificações por parte das entidades envolvidas!...Portanto, minha querida e estimada Senhora e Irmã, se não formos multados pela transgressão burocrática da falta do papelinho, talvez alguém que leia estes nossos curtos desabafos nos ajude a confirmar o mal deste nosso pequeno país!...
Mas ainda indo de encontro ao que Vossa Excelência afirmou no seu tão digno discurso, não posso deixar de lhe tirar o chapéu, com vénia e reverência, pela sua visão e habilidade de tal apresentação.
Por favor, continue sempre a iluminar-nos com a sua Graça e Sabedoria!
E continuemos a falar do que dói mais, se o cotovelo se a memória, das coisas deste mundo!...
Abraços e Saudações Democráticas,

CBC

7:54 AM  
Anonymous Anonymous disse...

Modéstia à parte, abençoados pais os que colocaram no mundo criancinhas que pensam e escrevem assim!!!
Fico com um pouco menos de medo do futuro. A sério!

10:55 AM  
Anonymous Anonymous disse...

Misturando temperos, transbordando sentimentos, letras e ritmos, em busca de novas receitas e tempos!!!

Não há sarau verdadeiro, sem música, poesia e grandes receitas culinárias e então, em homenagem e reverências aos nossos muitos josés, espalhados pelas diferentes bordas da grande lâmina dágua , trazendo à baila, as palavras do Nobre Carlos Drumond de Andrade, de terras brasis e o Nobríssimo Saramago, de terras de além mar, segue...


Carlos Drumond de Andrade
JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?


"E agora, José?"
José Saramago

Há versos célebres que se transmitem através das idades do homem, como roteiros, bandeiras, cartas de marear, sinais de trânsito, bússolas – ou segredos. Este, que veio ao mundo muito depois de mim, pelas mãos de Carlos Drumonnd de Andrade, acompanha-me desde que nasci, por um desses misteriosos acasos que fazem do que viveu já, do que vive e do que ainda não vive, um mesmo nó apertado e vertiginoso do tempo sem medida. Considero privilégio meu dispor deste verso, porque me chamo José e muitas vezes na vida me tenho interrogado: “E agora José?” Foram aquelas horas em que o mundo escureceu, em que o desânimo se fez muralha, fosso de víboras, em que as mãos ficaram vazias e atônitas. “E agora José?” Grande, porém, é o poder da poesia para que aconteça, como juro que acontece, que esta pergunta simples aja como um tónico, um golpe de espora, e não seja, como poderia ser, tentação, o começo de interminável ladainha que é piedade por nós próprios. Em todo caso, há situações de tal modo absurdas(ou que pareceriam vinte e quatro horas antes), que não se pode censurar a ninguém um instante de desconforto total, um segundo em que tudo dentro de nós pede socorro, ainda que saibamos que logo a seguir a mola pisada, violentada, se vai distender vibrante e verticalmente afirmar. Nesse momento veloz tocara-se o fundo do poço. Mas outros Josés andam pelo mundo, não o esqueçamos nunca. A eles também sucedem casos, desencontros, acidentes, agressões, de que saem às vezes vencedores, às vezes vencidos. Alguns não têm nada nem ninguém a seu favor, e esses são, afinal, os que tornam insignificantes e fúteis as nossas penas. A esses, que chegaram ao limite das forças, acuados a um canto pela matilha, sem coragem para o último ainda que mortal arranco, é que a pergunta de Carlos Drumonnd de Andrade deve ser feita, como um derradeiro apelo ao orgulho de ser homem. “E agora José?” Precisamente um desses casos me mostra que já falei demasiado de mim. Um outro José está diante da mesa onde escrevo. Não tem rosto, é um vulto apenas, uma superfície que tem como uma dor contínua. Sei que se chama José Junior, mas mais riquezas de apelido e genealogias, e vive em São Jorge da Beira. É novo, embriaga-se, e tratam-no como se fosse uma espécie de bobo. Divertem-se à sua custa, alguns adultos, e as crianças fazem-lhe assuadas, talvez o apedrejem de longe. E se isto não fizeram, empurraram-no com aquela súbita crueldade das crianças, ao mesmo tempo feroz e cobarde, e o José Junior, perdido de bêbado, caiu e partiu uma perna, ou talvez não, e foi para o hospital. Mísero corpo, alma pobre, orgulho ausente - “E agora José?”
Afasto para o lado meus próprios pesares e raivas diante deste quadro desolado de uma degradação, do gozo infinito que é para os homens esmagarem outros homens, afogá-los deliberadamente, avilta-los, fazer deles objecto de troça, de irrisão, de chacota matando sem matar, sob a asa da lei ou perante sua indiferença. Tudo isto porque o pobre José Júnior é um José Júnior pobre. Tivesse ele bens avultados na terra, conta forte no banco, automóvel a porta e todos os vícios lhe seriam perdoados.Mas assim, pobre, fraco e bêbedo, que grande fortuna para São Jorge da Beira. Nem todas as terras de Portugal se podem gabar de dispor de um alvo humano para darem livre expansão a ferocidades ocultas. Escrevo estas palavras a muitos quilômetros de distância, não sei quem é José Júnior, e teria dificuldade em encontrar no mapa São Jorge da Beira. Mas estes nomes apenas designam casos particulares de um fenômeno geral: o desprezo pelo próximo, quando não o ódio, tão constantes ali como aqui mesmo, em toda parte, uma espécie de loucura epidêmica que prefere as vítimas fáceis. Escrevo estas palavras num fim de tarde cor de madrugada com espumas no céu, tendo diante dos olhos uma nesga do Tejo, onde há barcos vagarosos que vão de margem a margem levando pessoas e recados.E tudo isto parece pacífico e harmonioso como os dois pombos que pousam na varanda e sussurram confidencialmente. Ah, esta vida preciosa que vai fugindo, tarde mansa que não será igual amanhã, que não serás, sobretudo o que agora és. Entretanto,José Júnior está no hospital, ou saiu já e arrasta a perna coxa pelas ruas frias de São Jorge da Beira. Há uma taberna, o vinho ardente e exterminador, o esquecimento de tudo no fundo da garrafa, como um diamante, a embriaguez vitoriosa enquanto dura. A vida vai voltar ao princípio. Será possível que a vida volte ao princípio? Será possível que os homens matem José Júnior? Será possível? Cheguei ao fim da crônica, fiz o meu dever.” E agora, José?”


Crônica retirada do Livro do autor A Bagagem do Viajante.

10:59 AM  
Blogger Nuno Zeppo disse...

Estimada Baronesa,

Os nosso humildes agradecimentos pela transcrição de tão maravilhoso texto. Excelente livro de Saramago, assim como todos os seus outros trabalhos literários, se por acaso ainda não teve a oportunidade de ler Don Giovanni ou O dissoluto absolvido, não perca a oportunidade de o fazer!...Uma peça de teatro fabulosa.Neste momento, quando não estou nestas minhas nobres cozinhas a preparar alguma, sempre passo uns serões na marquize, lendo As Intermitências da Morte, o seu último trabalho literário.
Assim vamos partilhando retalhos de histórias e experiências, atravessando esta nossa linha de cintura imaginária, que divide estes nossos climas, mas não divide as ideias nem a vontade de conviver.
Abraços quentes destes nossos quintais gelados onde apenas os corações mais escaldantes permitem sobreviver!...
CBC

11:55 AM  
Anonymous Anonymous disse...

Meus agradecimentos sinceros, Nobres Condes de Burriés!!!

Nada mais justo do que tentar aproximar ideais e boa vontade, nesses nossos tempos difíceis e isso, independente das diferenças existentes ou não, geradas pela linha imaginária que diferencia e distancia nossos reinos...
Quanto a recomendação literária, agradeço sensibilizada e lhes asseguro que tento sempre manter meu gosto pela leitura, atualizado, mais isso nem sempre é possível. Meu reino é distante demais das grandes tipografias e meus camelos ainda não aprenderam a nadar... Há exemplares que ainda busco encontrar e que sei, não existem por essas paragens... Fazer como??? Por essa razão, busco sempre me manter informada nos distos saraus!!!
Os Nobres Senhores Condes já ouviram falar em Miguel Angel Asturias??? Pois bem... Me foi recomendado por um Nobre amigo, já a algum tempo e embora tenha pedido a muitos mensageiros, ainda não consigui encontrar um único exemplar!!!
Pois, por aí, vai...

Cordiais saudações!!!
Das águas do Rio Vermelho

1:04 PM  
Anonymous Anonymous disse...

Nobres Senhores Condes de Burriés

Peço a fina gentileza de desconsiderarem meus muitos erros aqui cometidos, ao escrever meus acanhados manifestos. Embora eu o faça com a mais nobre pena de pavão real, com bico em puríssimo ouro vindo das minas submersas do Rio Madeira, com incrustrações de diamantes azuis e raras esmeraldas extraídas das fartas reservas das Minas Gerais.
Caso os senhores não saibam ainda, sou portadora de deficiência visual avançada e por essa razão então, passarei a não mais justificar tais atropelos cometidos.
Peço isso por considerar a todos os nobres senhores leitores desse folhetim, aptos a entender completamente, minhas palavras e intenções ao usá-las!!!

Reverências a todo o reino das terras geladas do norte!!!

Das águas do Rio Vermelho

1:31 PM  
Blogger Nuno Zeppo disse...

Estimada Baronesa,

Em atendimento ao seu pedido de busca de literatura referente a Miguel Angel Astúrias, infelizmente, a maior parte das suas publicações encontram-se esgotadas, e fora de circulação, porém, encontrei três dos seus livros, disponíveis no mercado, e que são 'El señor presidente', em espanhol ou inglês; e 'Lo mejor de mi Obra - Autoantologia - 1973', em espanhol. Também encontrei 'The mirror of Lida Sal: Tales based on Mayan Myths and Guatemalan Legends'
Espero que esta informação lhe dê mais esperanças de encontrar tais relíquias, visto que os restantes livros se encontram completamente fora de impressão.
Este seu admirador,

CBC

4:24 PM  
Anonymous Anonymous disse...

Condes de Burriés-de-cima e de Burriés-de-baixo


Uma vez mais, meus sinceros agradecimentos Nobre Senhor Conde, e não carecia não, o senhor perder seus preciosos minutos, em busca de títulos que certamente aqui não chegarão mais. Eu apenas o citei, por haver me lembrado da indicação de um Nobre amigo... E lamento dizer que nem mesmo em terras Castelhanas, que fazem divisa com as terras de nosso reino, foi possível encontrar tais relíqueas desse referido escritor, o Senhor Asturias... Sendo assim, só nos resta mesmo lamentar e tocar a carruagem para frente... Outros livros virão!!!
Cordiais Saudações
Das águas do Rio Vermelho

5:08 PM  

Post a Comment

<< Home